Novo tempo
Há um certo frenesi no ar. Sente-se isso ao andar por Copacabana neste final de tarde. Poderia parecer euforia, mas creio ser inquietação.
Talvez seja a proximidade do fim de ano que nos obriga a todos um balanço do que se realizou nesses doze meses. Os quilos que teimam em permanecer, o curso que não se iniciou, as arestas não aparadas das tantas relações que empurramos com a barriga que não perdemos.
As pessoas caminham apressadas na rua, como se, no par de dias que nos separa de 2006, fosse possível recuperar os 363 que ficaram pra trás. Um formigueiro que vai se acelerando até que, no dia 31, não se anda mais por essas pedras portuguesas: é como se cariocas e turistas participassem de uma desordenada marcha atlética.
Pois desta vez não participarei desse delírio que me é tão íntimo. Contrariando minha trajetória e as dos rios, vou no sentido oposto, assim como Oxóssi, e me afasto desse mar que é o meu lar. Que é também o meu banzo, mas que, ao invés de ser a morte para nossos ancestrais, é onde renasço a cada banho.
Portanto, aos que estiverem à beira d'água, ao final das doze badaladas, saltem as sete ondas e agradeçam a Iemanjá, pois 2006 vai ser diferente.
Um feliz Ano Novo!
3 Comments:
Lindo! Sentirei sua falta e nosso choro a meia noite! Te amo!
Happy New Year...!
Foi horr=ivel,e parece incrível mas ainda não te vi este ano.....bjos mãe
Postar um comentário
<< Home