Imensa e amarela
Da varanda vejo que a lua nova da sexta à noite começa a minguar.
Espera-se que se esvazie até espremer-se num filete curvo na abóboda negra e então que volte a crescer até despontar redonda na curva do mar de Copacabana.
Quantas vezes mais vou assistir a essa dança? E se eu soubesse que não assistiria a esse pulsar novamente? De que não haveria outra lua cheia pra mim?
Jogarei boliche mais uma vez? Vou provar mais um cálice de vinho do Porto? Assistirei ao próximo filme de Woody Allen? Ou talvez seja melhor acabar com a despensa antes de voltar ao supermercado... Qual dos livros empilhados no criado-mudo eu devo ler? Aliás, faz alguma diferença? Para quais das pessoas que amo não conseguirei dizer mais uma palavra doce? Ouvirei um tango? Aprenderei a dançar um?
Pergunta flutua: do tempo que me resta, qual o tempo que viverei?
6 Comments:
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Refugiar-se-á nos livros, nas palavras...Uma amiga disse que o Bukowski disse: Escrever nos salva da loucura!
O melhor é que nunca saberemos tal resposta...
E eu? Digo o que?
Espero que muitas luas,leia muitos livros,já escritos e que ainda não tenham sido escritos,e que digas ainda muitas doces palavras.bjo tAna
Tô preocupada!
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