Perdas
Estou lendo As Palavras e as Coisas, do Foucault. Talvez tentando recuperar as palavras que me foram. As coisas, essas são mais difíceis: são tantas as que perdi.
Quantas vezes perdi o ônibus, a hora ou a chance de ficar calado? Já perdi o chão, o rumo, o norte, todos os pontos cardeais.
Perdi eclipses, amigos, amores. Perdi apostas, empregos, quilos e tonus. Incontáveis vezes perdi o sono. Perdi parentes. Perde-se também parte do viço por isso.
Eu mesmo já me perdi. E já perdi a paciência, as estribeiras. Perdi a fé. E a confiança, o que é pior. E perdi sessões de cinema. E paulatinamente vou perdendo o horizonte para a miopia; e os cabelos para o ralo.
Percebo agora que perdi o fio da meada deste texto. Perco o meu tempo e gasto o seu, portanto.
E neste sábado último, perdi o celular. Recuperei-o na manhã seguinte, é verdade, mas lá se foram algumas dezenas de reais...
9 Comments:
vc sabe usar as palavras.muito bom
Eu queria perder o celular tb. ao contrário de vc, não pagaria algumas dezenas de reais para alguém me trazer...quem sabe assim eu me sentiria mais leve sabendo que não adianta esperar, ele realmente não toca pra mim.
Também perdi muito...mas sábiamente sempre que se perde...algo se ganha...é como escolhas...opções...
beijos
Não se perca de mim!!!
Beijos, primo querido
tem que produzir mais textos,sinto falta quando passo por aqui e não tem um novo.bjos
Eu não produzo textos. Eu apenas não consigo contê-los.
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